Deixou a Madeira em lágrimas e chegou ao topo do Mundo

Começou a jogar na rua, aos 11 anos mudou- -se para Lisboa e hoje brilha no Real Madrid. A perfeição é uma obsessão e por isso tornou-se num dos melhores futebolistas do mundo.

Ganhar. Esta é a palavra que desde criança norteia a vida de Cristiano Ronaldo, que, aos 26 anos, é uma das grandes estrelas do futebol mundial. Foi atrás das vitórias que bem cedo, aos 11 anos, deixou o bairro do Falcão, no Funchal, apanhou o avião e rumou a Lisboa para jogar no Sporting. Chorou durante toda a viagem até à capital. Eram as mesmas lágrimas que lhe escorriam na face cada vez que perdia um jogo com os amigos na rua onde cresceu ou que deixou escapar, em 2004, após perder a final do Euro 2004, no Estádio da Luz, com a Grécia.

Terá sido essa a fase mais difícil da carreira de um madeirense que o pai, José Dinis Aveiro, quis que se chamasse Ronaldo em homenagem a Ronald Reagan, antigo presidente dos Estados Unidos. Para trás ficavam os tempos em que jogava à bola com os amigos num campo improvisado no Caminho do Lombinho ou à porta de casa, no alcatrão, com o portão da vizinha a fazer de baliza. Isto para desespero da mãe, Maria Dolores, que queria que ele fizesse os trabalhos de casa. A bola andava sempre debaixo do braço. O que levou o pai a encaminhá-lo para o clube onde era roupeiro ao final da tarde, depois de terminado o seu dia de trabalho como jardineiro da Junta de Freguesia de Santo António. No Andorinha FC deu os primeiros passos, até que o padrinho Fernão Sousa o levou para o Nacional, que um ano depois o mandou para o Sporting para saldar uma dívida de 4500 contos (22 500 euros).

Em Lisboa, além das lágrimas de saudade, teve de ultrapassar a troça dos companheiros de equipa, que se riam e gozavam com o seu sotaque madeirense. O pequeno Ronaldo calou-os em campo, depois de ter resistido à tentação de regressar à sua ilha natal. O mais novo dos quatro filhos do casal Aveiro estava a dar os primeiros passos firmes até se tornar uma das maiores estrelas do futebol mundial, o orgulho de Portugal e do mítico Real Madrid. Com o número 7- o mesmo com que fez o seu primeiro jogo oficial pelo Andorinha no Campeonato Regional de Infantis - tornou-se famoso e criou uma marca conhecida em todo o lado: CR7.